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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Reeditando...

Os dias passam,
os meses voam
o ano vai chegando ao final.
O que não passa
é a vontade de viver
é o desejo de de que o tempo
não atinja nossa alma
mesmo que branqueie nossos cabelos.
O que importa e seguir adiante
vivendo da melhor maneira
recordando nossas vivências
tirando das experiências
o melhor de si,
deixando para trás,
o que de traumatizante nos atingiu,
procurando elevar nosso pensamento
curtindo o que de bom semeamos
que são nossa família, nossos amigos,
nossa caminhada na vida,
tudo o que nela construímos.
tudo o que dela usufruímos

tudo o que de bom realizamos
                            
               Meus registros - 2012- final de ano

Hoje eu quero ser feliz...

 Hoje eu quero um presente
 virar criança...
 quero ver realizada
 essa esperança!

 Quero acordar brincando de roda
 sorrindo e cantando...
 com nenhuma criança
 sem brinquedo, chorando!

 Hoje eu quero ser feliz
 não quero ver criança sem nome,
 nem na rua,
 nem com fome!

 Quero ver todas num lar
 onde encontrem calor...
 carinho de uma família
 e, sobretudo, o amor!

 Ah! se for assim, hoje eu sou feliz
 estarei brincando
 mas se não for...
 não me acordem, quero continuar criança
 mesmo sonhando!

 Rui E L Tavares
Imagem captada na web.

Pedras no caminho

O dia vai terminando e os primeiros sinais da noite vem chegando.
Lá se vai mais um dia em que parecia não chegar ao final
Há momentos em que precisamos parar e repensar nossa vida,
se estamos no rumo certo ou se estamos andando sem direção.
Hoje, por uns dias, faço uma análise da caminhada percorrida
Se tudo o que fiz,  teve um sentido, se valeu a pena 
A formação de uma família, a profissão escolhida,
Hoje estou só, o destino levou minha outra parte
Estou levando adiante essa jornada
Mas constatando que nem tudo o que planejei
que construí deu o resultado desejado.
Surgem pedras no caminho que precisam ser removidas
Com cuidado, carinho e  atenção desdobradas
Para que não hajam tropeços, quedas ou ferimentos
na busca de uma solução pacífica  e acertada.
E sair bem, sem confrontos,  dessa  encruzilhada.
Palavras feriram  minha já sofrida alma
Que devagarinho já estava quase curada
dos entraves e percalços antes percorridos 
Preciso dessa parada para resolver com sabedoria
E retornar a tranquilidade e a paz tão almejada.
                                                       _Luiza _
                                                                       Registro feito em 2013

 

Recomeçar é preciso...


Não sei dizer se a vida nos cansa ou se nós é que nos sentimos fadigados às vezes da existência. Nos repetimos sempre. Ou quase. E nos lamentamos desse dia-a-dia onde nos levantamos, trabalhamos, regressamos e descansamos para no dia seguinte recomeçarmos.
 Mas é essa a vida e muitos não aceitariam mudança nenhuma se a oportunidade lhes fosse oferta. Ter que recomeçar alguma coisa abala muita gente, pois mesmo a vida corriqueira e imutável causa segurança. Conhece-se os caminhos, os atalhos, os desvios, as curvas a serem evitadas.
 A consciência de ter que recomeçar é que nos faz sofrer, duvidar, temer. Medimos nossa capacidade e com bastante frequência... nossa incapacidade! Se não medirmos nada, avançaremos como as crianças avançam nos primeiros passos, titubeantes, mas orgulhosos.
 A mente humana é um poderoso instrumento. Ela condiciona, impõe, impede, impele, comanda... mas nem sempre no bom sentido. Ela sente, ressente, guarda as impressões e as marcas que a vida vai fazendo ao longo dos anos. E se pensamos em recomeçar alguma coisa, ela acende a luz vermelha em sinal de atenção. Assim é que muitos paralisam-se e não fazem nada. Acomodam-se.
 Porém, a vida nos impõe recomeços a cada instante e os seguimos com
 naturalidade, fazemos nossa parte. Somos condicionados e nem nos questionamos.
 Me pergunto então por que não nos condicionamos a viver coisas novas, experimentar nem que seja por uma vez ousar. Se é nossa mente que nos comanda e que somos donos de nós, por que não pegarmos as rédeas, o comando?
 A vida desabrocha por todos os cantos e precisamos vivê-la. Mas bem vivê-la. Deus nos criou para sermos felizes, não para passarmos os dias perdidos em lamentos sem tomar atitudes.
 Avança!
 Recomeçar é preciso quando o que temos já não nos satisfaz. E recomeçar é sempre possível quando colocamos de lado as dúvidas, pois perdedor na vida não é quem tentou e não conseguiu, mas sim aquele que abandonou a coragem e perdeu a fé.
Letícia Thompson


 

Reflexão.

Ontem passado. 
 Amanhã futuro. 
 Hoje agora. 
 Ontem foi. 
 Amanhã será. 
 Hoje é. 
 Ontem experiência adquirida. 
 Amanhã lutas novas. 
 Hoje, porém, é a nossa hora de fazer e de construir
Chico Xavier

O silêncio do entardecer ...

A chuva vai caindo calmamente
no silêncio deste entardecer  
deixando no ar uma nostalgia,
pelo som dos pingos no telhado,
inspirando uma aprendiz de poeta
a escrever uma poesia...
Um misto de sentimentos se confundem
ternura, lembranças, saudades...  
que fazem  parte do dia a dia,  
normal na vida de quem viveu ...
intensamente todos os momentos
de lutas e  de sonhos,
de solavancos e  calmaria,
de chegadas e saídas,   
de encontros e desencontros,  
de encantos e desencantos,  
de carinhos e desafetos,  
de alegrias e tristezas  
de esperanças e ilusões  
de certezas e incertezas.
e ao chegar ao final do dia
deixar de lado a nostalgia
e reiniciar com nova energia
a jornada que se inicia!!
                                      _luiza_ 01/06/2014


 

Infância... Saudades!


 Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite. Ninguém avisava nada, o costume era chegar de pára-quedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres as visitas. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um. – Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre. E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia. – Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável! A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim. Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia: – Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa. Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa. Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança.... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade... Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão.
Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail...
Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa: – Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais. Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores. Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite... Que saudade do compadre e da comadre!...
José Antônio Oliveira de Resende - Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.