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domingo, 28 de janeiro de 2018

Envelhecer

Envelhecer não significa pintar os cabelos de branco, enrijecer as juntas, andar devagar. Tampouco significa se agarrar a velhos hábitos, falar do passado ou contar as baixas entre os amigos. Há muito mais coisa por trás do longo processo de envelhecer do que essa caricatura. Envelhecer é troca, um negócio da vida, que não nos dá nada sem levar algo. Envelhecer significa olhar do cume da montanha, do fim da estrada, de além da curva do rio. É resistir a tempestades emocionais com a tranquilidade dos anos, da riqueza que não está guardada em cofres. Ficar maduro é pesar, compartilhar, doar(se). É compreender em detalhes os caminhos dos outros, particularmente, os tombos; aceitá-los, saber que são indispensáveis. É esperar a chuva sem precisar correr em busca de abrigo. Maturar é arte, magia, descoberta. É serenar angústias despropositadas, alimentadas uma vida inteira. É ver o tempo passar na janela sem medo de perdê-lo, e sem querer desapontá-lo. Envelhecer é saber a meia distância, a meia medida, reconhecendo sonhos inteiros. É tirar as máscaras, guardá-las quando já não cabem. É ver as paisagens projetadas dentro de si, e descobrir o essencial no olhar de cada ser. É escutar o silêncio e aprender com ele. Envelhecer é ser o revés de um cego, de um surdo, de um aleijado. Pois, quando nos faltam as habilidades óbvias, é que despontam as inusitadas. Envelhecer é caminhar em direção à alma. É, certamente, um convite ao mundo das coisas essenciais, exercício de desapego. É curso preparatório para a vida num planeta de gravidade menor.

Marcio Leite

Domingo, 28/01/2018

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

páginas de vida (ll)

  Estou no litoral catarinense há exatamente   23 dias . Com meu segundo filho e seus dois filhos menores, sem a mãe. Agora chegou meu terceiro e último filho que estava em viagem. Pegamos dias chuvosos, cinzentos, com  temporais, mas muito válidos para a convivência em família. Oportunidade. de ver os pequenos de 3  e cinco anos conhecer o mair e ver tantas outras coisas que vão ser inesquecíveis para eles.  Um encanto ver suas descobertas.  Neste período. em que estivemos se internet, ( agora com fibra ótica, já estamos conectados nas redes sociais.)
 Mas deu para perceber que foi bom ter ficado sem conexão um tempinho.  A convivência entre o pai ,  filhos e a avó foi  aquele encontro de amor e acompanhamento as atividades infantis . Um contratempo ontem a noite:     não sei se foi a pressa, a falta de cuidados, cai no banheira,(creme de cabelo no chão, sabonete hidratante, chinelo havaiana gasto, bati forte com a cabeça e hoje estou aqui de molho acompanhando a recuperação: vários hematomas pelo corpo e gelo ,  o susto  foi grande , com muito esforço consegui  me erguer do chão . Tinha que abrir a porta que estava fechada.  Um moça  em casa me socorreu.
Hoje, uma meditação: a vida e um sopro.  Poderia ter acontecido o pior, mas Deus me protegeu, Não bati com a cabeça no piso mas no box em acrilico  que  caiu fora e quebrou os parafusos...Foi um estrondo. O tempo está muito instável , não curti a praia ainda, mas queira Deus que possa companhar as peripécias dos  netinhos e dos dois filhos homens, que ficam até o final de mês.   Deus no comando. Mas são imprevistos que acontecem. Com todo o cuidado que se tem, ainda acontece isso.    Fica a lição: serenidade, calma, não querer apressar tudo.


              (luizamenin manfredi)
           Barra velha, O1/02/2018
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